terça-feira, 14 de setembro de 2010

Fundo do poço

Quadros já não me comove mais, nem a argila espalhada na parede.
Meus sentimentos são imunes ao seu olhar e seu sorriso falso.
Suma daqui com palavras doces que não convence ninguém, seus pecados exalam o fedor de um curral de sanguessugas.
Não venha me tocar, nem acariciar meu rosto e nem tente olhar para os meus olhos, o golpe pode ser fulminante.
Não desmoralize meus versos e músicas apenas porque não menciono suas historias neles.
Não beba de meu cálice com a intenção de desvendar meus segredos.
Seus mistérios são irrelevantes em minha vida.
Enfie uma faca de rocambole em seu pulso para ser noticia de um jornal barato de amanhã e que será usado para forrar gaiolas após uma semana.
Saboreie meu ódio em sua boca.

2 comentários:

  1. Nasce aqui a versão moderna de Augusto dos Anjos. Desprezível, adorei! haha

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  2. kkkkkkkkkkkkk.... vc me da muita moral... um dia eu vou acreditar.... rs

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