segunda-feira, 6 de setembro de 2010

As vezes é necessário te odiar

Abro a janela e sinto, pelo vento que bate em meu rosto, que o dia foi comprido e cumprido.
Dia melancólico e aquele sentimento masoquista de te encontrar apenas para sofrer mais e mais.
Mas você ilumina meus dias escuros e garanto que sei te amar por nós dois.
Uma xícara de chá é a minha companhia e as luzes me distraem e traem meus olhos me deixando sonolento.
Mas não posso abandonar meus blocos de anotações com frases inacabadas.
Sinto suas mãos tocar meus ombros mas é apenas uma toalha molhada estendida.
As janelas me informam que existem outras pessoas entrando e saindo, procurando alguma diversão ou algo que supra suas carências noturnas.
Talvez algo que não tenham em sua cama.
Ouço alguns carros passando, me pergunto para onde vão essas pessoas, quais seus pensamentos, suas metas, seus salários, suas dívidas.
Ao fundo um espelho reflete o passado, o presente e o futuro de cada um e ninguém está contente com o que consegue ver, é só drama e dor.
As paredes de meu quarto vão se afunilando, se tornando cada vez menores e apertadas. A sensação de sufoco aumenta.
O telefone toca e é uma ligação a cobrar, não permito que a ligação se complete, ja é tarde, pra mais de meia noite.
Tropeço em ideias cafonas e roupas rasgadas para mudar de cômodo. Da para ouvir o silêncio da noite. 
Tento programar o dia de amanhã, será monótono como toda a minha vida.
Sei que o brilho de seus olhos não convence mais ninguém é uma situação delicada e difícil de descrever por isso sigo pensando e pensando como ter do lado alguém que não faz questão do meu abraço.
Não sinto suor em suas mãos e nem sua boca tremer.
Não sinto mais nada
Não sinto
Não 

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